domingo, 23 de fevereiro de 2014

FEBRE - Henrique Castriciano



Por toda parte rosas brancas vejo…
Rosas na fímbria dos Altares,
Coroadas de amor e de desejo…
Rosas no céu e rosas nos pomares.

Uma roseira o mês de Maio. Aos pares
Surgem, da brisa ao tremulante arpejo,
Estrelas que recordam, sobre os mares,
Rosas envoltas n’um cerúleo beijo.

E quando Rosa, em cujo nome chora
Esta febre cruel que me devora,
De si me fala, em gargalhadas francas,

Muda-se em rosa a flor de meus martírios,
O som de sua voz, a luz dos círios…
O próprio Azul desfaz-se em rosas brancas.

______________  
Henrique Castriciano (vibrações/1903)


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