sexta-feira, 2 de maio de 2014

DESCARTÁVEL - Ewerton Lemos

Mais uma minha antiga de que achei em um caderno esquecido num canto qualquer. Poema de contexto boêmio que descreve as amarguras do amor.



. . : : DESCARTÁVEL : : . .


Já provei nessas andanças tanta bebida
e cada dose foi pra mim uma história
componente do mosaico que é a vida
guardadas hoje num cantinho da memória

muitas mesas tortas ouviram meus lamentos
muitos copos prostituídos eu beijei
um beijo triste, doloroso e sangrento
e muitos litros - gosta a gota - eu chorei

mas, era em ti quem eu pensava em cada beijo
lembrando a foice do teu ódio eu chorava
por que ferias o meu peito tão amável?

se hoje bebo, não é mais daquele jeito
resolvi não mais chorar por quem chorava
não quero mais beber em copo descartável


_______________ elemos

quinta-feira, 1 de maio de 2014

MAIS PRAZER TENHO EU EM TE ABRAÇAR - Ewerton Lemos

Passando pra postar um soneto antigo meu, nunca antes publicado. Se o espírito não me engana, esse tem uns 10 anos de idade.



..:: MAIS PRAZER TENHO EU EM TE ABRAÇAR ::..


Muitas vezes a vida é engraçada
e nos leva por vias curiosas
a moldar tijolinhos cor-de-rosas
e enfeites de fitas enlaçadas

desfrutar das risadas mais gostosas
percorrendo contigo essas estradas
e sorrindo acordar na madrugada
deste sonho de vida caprichosa

te abraçando, amiguinha, minha alma
se eleva a tal ponto de sonhar
é verdade: esse abraço teu me acalma

é por isso que tenho que contar
num soneto que caiba nessa palma:
mais prazer tenho eu em te abraçar.


_______________ elemos

NOSSO AMOR - Pedro Neto

Temos mais uma caprichada diretamente de Nova Cruz. Novamente meu amigo Pedrinho nos brindando com um soneto.

. . : : NOSSO AMOR : : . .

Acenda uma vela para o nosso amor
Pois passa do tempo dele ser finado
O fetiche da ilusão é coisa do passado
Diagnosticado o óbito, incomoda o odor.

Desgastou e definhou até a necrose
A distância já não era só das estradas
Corria o sangue por veias envenenadas
Vida e a morte era o fim da metamorfose.

Ouvir minha voz era penitencia macabra
Ultimatos e alertas ficaram atoa no vazio
Meu amor já não te aquecia na solidão do frio.

Acabara a esperança do reencontro, como
Uma rosa teu riso abriu, secou e morreu
Dou a ultima pá de terra e digo: o culpado fui eu.


_______________ Pedro Neto