No vigor da mocidade, caminha um bonachão,
entre sonhos e esperanças caminha na solidão.
Batalha árdua, luta constante. Jornada dividida
com o peso da miséria que leva, retalhos da sua vida.
Sonhos tecidos em fios dourados se entrelaçam,
mas, a mão calejada não alcança a estrela que brilha.
Na mesquinhez da sociedade, suas asas se embaraçam,
na realidade cruel onde o hipócrita o enquizila.
Anos se passam como rios, levando consigo a juventude,
e o sublime homem, na margem, vê seu sonho naufragar.
A desesperança como manto, cobre a sua magnitude,
enquanto a sociedade, com a sua hipocrisia, segue a navegar.
No cansasso da velhice, seu corpo curvado se rende.
Diante da iminência da morte, o olhar cansado brilha
e no limiar do além, a visão que o tempo estende
revela, enfim, os sonhos que a vida lhe negou em sua trilha.
Diante dos seus olhos, como um filme a abrir,
seus sonhos perdidos, agora ganham vida e cor.
Na tela dos seus dias, relampejos voltam a brotar
todos os seus anseios, que nunca os perderam, mesmo na dor.
Um lar acolhedor, onde o amor é a própria essência,
uma família unida, onde o afeto é o maior ancoradouro.
E no coração desse ser simples, renasce a crença
de que na vida, afinal, a virtude foi o seu maior tesouro.
Assim, na hora derradeira, entre suspiros e sorrisos,
o bonachão parte, mas não na solidão da saudade.
E os sonhos não realizados, encontra o bálsamo precioso,
que ilumina sua jornada, para sempre, na eternidade.
_______________ Claudianor D. Bento
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