diante do espelho que lhes afronta, ver rugas marcadas,
contrastando com os dias de ânimos, imagens esquecidas,
lembrando, ele, que o tempo tão rápido passou. E agora?
Traído pela monotonia dissimulada do dia a dia
passou o tempo, resvalou por suas mãos, que não o sentiu!
Ah, como passou disfarçado e acelerado! Ninguém o viu?
Quem poderia trazer de volta aquela doce magia?
Vou sem direção agarrado nas asas do vento,
relógio implacável, não retorna, sempre segue adiante,
largando ao acaso as esperanças, em algum lugar distante,
privando-nos de encontrá-la em algum momento.
No silêncio das noites em que o tempo passou,
tal qual pássaro livre que, logo, perdeu as penas
e não renova mais suas plumas nas noites serenas,
avista apenas sombras daquilo que o vento levou.
Às vezes ouve vozes daqueles tempos a se esvair,
em cada sonho, em cada momento a esperar
Mas, tudo tem o seu momento de chegar e de partir
E o tempo nos ensinou a amar, a viver e a sonhar.
Em um instante sublime ele meditou por um momento,
por tudo isso, se tivesse a chance, voltaria novamente
para amar mais, viver mais e sonhar mais, plenamente,
Para que tão puro amor aliviasse esse algoz tormento.
________________ Claudianor Dantas