Mais um do grande amigo Miguel Neto para nosso deleite:
.:: SEM TÍTULO ::..
.:: SEM TÍTULO ::..
Para
malhar o ferro,
o
martelo bate,
bate,
bate.
Bate
tanto que o deforma,
bate
para dar forma à arte,
pra
dar vida à forma.
E
como castigo,
ao
imitar o dom divino,
perde
aos poucos arestas,
que
ao contrário de seu ofício,
sem
valor algum,
será
massa disforme,
preterido
num canto,
vendo
seu sucessor
batendo,
batendo,
batendo...
_______________ Miguel Neto
(Poema retirado do livro "Trégua" disponível em:
http://www.clubedeautores.com.br/book/124461--Tregua#.Uxzt-j9dVs4)
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