Esse poema, de autoria de Hugo Saldanha, que dispensa comentários me foi apresentado pelo amigo Everton Martins após uma cobrança pública nas redes sociais. Valeu a pena!
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EM CINCO MINUTOS ::..
Há
cinco minutos sofri um espancamento e tive meu corpo de criança estuprado – em
casa.
Há
quatro minutos fugi e moro nas esquinas da rua.
Há
três minutos me forçaram a fumar maconha e conheci o pó.
Há
dois minutos um policial fumou o baseado que roubou da minha boca.
Há
um minuto, tudo se repete de minuto a minuto com outras crianças.
Há
um grito oprimido pela força escondido sob um olhar triste.
Meu
olhar não esconde mais nada, grita.
E
nesta vida consumida me consome ainda a ânsia de por fim a minha pior droga,
Que
a partir de agora se chamou vida.
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Hugo Saldanha. (Natal, 2001)
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