Imagino um dia em que estarei no barro
às vezes quente,
às vezes lama,entre outros,
no mais alto teor malcheiroso que exala os
mortais.
Quem dera!
Se até mesmo sob tanta terra,
naquele invólucro imóvel, apertado,
sem ar e escuro
a decompor-me
exalasse o
perfume de Jasmim.
Quem dera!
Pois essa podridão indesejável
é o perfume da humanidade
vil
que exala sem querer, claro,
transfigurando-se em seu estado mórbido.
Quem dera!
Se eu fosse, apenas fosse,
sem ter que me
decompor com tanta fetidez.
Quem dera!
Se eu apenas fosse numa viagem
Sem ter que me ver neste estado humano
devorado por vermes.
Quem dera!
Assim o penso,
assim é o meu lado material.
Quem dera não fosse...!
_________________________ Gélson Pessoa
Belo e amargo poema.
ResponderExcluirLembrou-me Augusto dos Anjos!
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