sábado, 22 de novembro de 2014

QUEM DERA! Gélson Pessoa


QUEM DERA!


Quem dera!

Imagino um dia em que estarei no barro
às  vezes  quente,  às vezes lama,entre outros, 
no  mais  alto teor malcheiroso que exala  os  mortais.

Quem dera! 

Se até mesmo sob tanta terra,
naquele invólucro imóvel, apertado,
sem ar  e  escuro  a  decompor-me 
exalasse o  perfume  de  Jasmim. 

Quem dera! 

Pois essa podridão indesejável 
é  o perfume da  humanidade  vil 
que exala  sem  querer, claro,
transfigurando-se em seu estado mórbido. 

Quem dera!

Se eu  fosse, apenas fosse, sem ter que me
decompor com tanta fetidez.             

Quem dera! 

Se eu apenas fosse numa viagem
Sem ter que me ver neste estado humano
devorado  por vermes.

Quem dera!  

Assim o penso,  
assim é o meu lado material.   



Quem dera não fosse...!




_________________________ Gélson Pessoa